domingo, 12 de maio de 2013

Brasileiro é o novo líder da Organização Mundial do Comércio


Brasileiro é o novo líder da Organização Mundial do Comércio

Ao fim de quatro meses e nove candidatos, Roberto Azevêdo é o primeiro líder latino-americano

Pela Primeira vez, é um latino-americano, de um país emergente, a liderar a Organização Mundial do Comércio (OMC). O brasileiro Roberto Azevêdo, de 55 anos, foi eleito director-geral ao fim de quatro meses de disputa em que na linha de partida estiveram nove candidatos. A decisão foi tomada nesta terça-feira, em Genebra.
Roberto Azevêdo derrotou assim o último candidato que estava ainda na corrida, o mexicano Herminio Blanco, de 62 anos, que contava com o apoio da União Europeia e presumivelmente dos EUA.
Representante permanente do Brasil na OMC desde 2008, Azevêdo tem fama de hábil negociador. Foi chefe de delegação brasileira em litígios importantes, como nos casos dos subsídios ao algodão contra os EUA e ao açúcar contra a União Europeia. Em ambos, venceu
Participou em quase todas as conferências ministeriais desde o lançamento, em 2001, das negociações de Doha sobre a liberalização do comércio mundial.
O processo de eleição foi encerrado nesta terça-feira de manhã, com a votação dos 159 países membros da organização responsável pela liberalização do comércio mundial. Durante a tarde, uma troika composta pelos presidentes dos três principais órgãos da OMC – os embaixadores do Paquistão, do Canadá e da Suécia – concluiu o processo decisório.
As eleições para o novo presidente, que tomará posse no início de Setembro, são algo sui generis. Apresentaram-se a terreiro nove candidatos a suceder o francês Pascal Lamy, há dois mandados à frente da OMC. Rondas sucessivas “convidaram” os candidatos menos votados a retirarem-se da corrida até restarem apenas dois.
Depois das eleições desta manhã, a troika tentou o consenso até à desistência do candidato menos votado. Mas não foi necessariamente uma escolha matemática, pois os embaixadores levam em linha de conta a distribuição geográfica dos votos de forma a garantir que todos os grandes grupos – países desenvolvidos, emergentes e em vias de desenvolvimento – se sintam representados.
O grande desafio que se coloca ao novo presidente é tentar recuperar a influência de uma organização que muitos dizem bloqueada devido à falta de acordo sobre a ronda negocial que teve início em Doha, em 2001. São 12 anos de impasses sobre a liberalização do comércio que deixaram a OMC fragilizada.
Face a esta estagnação, avançaram os acordos bilaterais ou regionais. É o caso do Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), liderado pelos EUA. Ou a proposta do início do ano feita por Obama para fazer um acordo entre o seu país e a União Europeia.
Há quem diga que este tipo de acordos enfraquece a OMC mas outros consideram que a existência de grupos de países já coordenados entre si facilitará e dinamizará as negociações plurilaterais. Caberá agora ao novo líder relançar as negociações de Doha e o debate sobre a hipótese de integrar novos temas, como a segurança alimentar ou as alterações climáticas
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